Projeto prevê a criação de bancos comunitários de sementes e mudas
Projeto de lei
apresentado pela deputada Luzia de Paula, na Câmara Legislativa, busca
incentivar a formação de bancos comunitários de sementes e mudas no Distrito
Federal, que nada mais são do que a coleção de material genético de plantas
nativas ou crioulas, que, por sua vez, são variedades desenvolvidas, adaptadas
ou produzidas, administradas localmente por agricultores familiares
responsáveis pela multiplicação de sementes ou mudas para distribuição, troca
ou comercialização.
Os bancos
comunitários de sementes e mudas têm por objetivo: fomentar a proteção dos
recursos genéticos locais, visando à sustentabilidade dos agroecossistemas;
resgatar e perpetuar espécies, variedades e plantas produzidas em unidade
familiar ou tradicional, prioritariamente as espécies vegetais para
alimentação; amparar a biodiversidade agrícola; prevenir dos efeitos das
adversidades ambientais; incentivar a organização comunitária; respeitar os
conhecimentos tradicionais; fortalecer valores culturais, e preservar
patrimônios naturais.
“A semente é o
início da cadeia produtiva de alimentos e por isso tem um valor estratégico. A
formação de bancos comunitários de sementes e mudas produzirá, entre outros
ganhos, a diversidade na agricultura, ajudando a enfrentar as abruptas mudanças
climáticas causadoras de desastres ambientais. Além disso, quaisquer outras
adversidades ecológicas, como o ataque de uma nova praga, representam uma
grande ameaça aos plantios uniformes, sem base genética para reações, colocando
a segurança alimentar em risco”, afirma Luzia de Paula.
Acrescenta a
parlamentar que com o processo de modernização da agricultura foram
introduzidas sementes híbridas, e agora, em especial, sementes transgênicas, o
que promoveu uma drástica redução das variedades tradicionais, fazendo com que
praticamente desaparecessem, causando a chamada erosão genética. Isto segue a
lógica econômica da produção focada no número relativamente pequeno de espécies
usadas na alimentação humana, em relação às plantas comestíveis. A agricultura
convencional concentrou esse número, selecionando os cultivares mais
produtivos. A expansão da biotecnologia agrícola sinaliza uma tendência maior
para a redução da diversidade genética, aumentando a vulnerabilidade da
agricultura.
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